Michel Krieger, um brasileiro com uma trajetória internacional marcada por mudanças frequentes devido à carreira de seu pai, começou a se interessar por computadores ainda criança, durante sua estadia em Portugal.
Sua curiosidade foi aguçada pelo antigo jogo Gorillas de MS-DOS, que lhe permitiu explorar a programação de forma lúdica. Este interesse inicial em tecnologia evoluiu com ele ao longo dos anos, marcando sua jornada desde o ensino médio em São Paulo até a prestigiosa Universidade de Stanford, nos EUA.
Burbn: o protótipo do que seria o Instagram
Em Stanford, Michel, que passou a ser conhecido como Mike, destacou-se no curso de Sistemas Simbólicos e integrou o Mayfield Fellows, um programa focado em empreendedorismo.
Foi nesse ambiente que ele conheceu Kevin Systrom, com quem estabeleceria uma parceria transformadora. Após experiências em startups como a Meebo e observações no dinâmico Vale do Silício, Krieger decidiu querer mais do que simplesmente trabalhar para outros.
A oportunidade surgiu quando Systrom apresentou a ele o protótipo do que inicialmente se chamava Burbn, um aplicativo complexo que combinava geolocalização e compartilhamento de fotos. Identificando os pontos fracos do aplicativo, Krieger sugeriu uma simplificação radical, focando exclusivamente no compartilhamento de fotos.
Este ajuste foi importante e, após adicionar filtros — uma ideia inspirada durante uma viagem de Systrom ao México — o Instagram foi oficialmente lançado em 6 de outubro de 2010.
Instagram foi um sucesso instantâneo
O sucesso foi imediato e impressionante. Em menos de dois anos, o Instagram alcançou 30 milhões de usuários, despertando interesse de gigantes da tecnologia e sendo frequentemente comparado ao Facebook em termos de potencial.
Em 2012, após uma semana particularmente intensa que incluiu a recusa de ofertas de aquisição e o lançamento de uma versão para Android, Mark Zuckerberg decidiu dobrar sua oferta inicial, comprando o Instagram por 1 bilhão de dólares.
Krieger e Systrom, anunciaram sua saída da empresa em 2018. A dupla expressou o desejo de “explorar sua criatividade”, embora haja especulações de que desentendimentos com Mark Zuckerberg influenciaram sua decisão. Sua trajetória ressalta a importância da visão clara e da habilidade de adaptar e simplificar produtos para atender às necessidades dos usuários, provando que, às vezes, menos realmente é mais.