Dos iPhones da Apple aos sistemas operacionais Windows da Microsoft, não são raros os exemplos de sucesso. Por outro lado, há também uma série de dispositivos e aplicativos que desapareceram sem deixar rastros. Um exemplo foi o assistente digital Cortana, que mais irritou do que auxiliou os usuários do Windows.
Além disso, temos o HTC First, que teve seu lançamento a mais de dez anos, conhecido também como Facebook Phone, vale a pena revisitar a história tanto hilária quanto trágica desse produto.
O HTC First foi o terceiro telefone associado ao Facebook
Tudo começou em 2011, quando as redes sociais estavam em plena ascensão e o Facebook dominava essa tendência. Naquela época, os smartphones já eram populares. Após lançar o HTC Dream em 2009, o primeiro smartphone com Android, a HTC decidiu dar um passo adiante integrando as funcionalidades do Facebook em seus dispositivos.
Surgiram o HTC ChaCha e o HTC Salsa, nomes estranhos até então. Lançados exclusivamente pela AT&T nos EUA, o ChaCha possuía um teclado físico e um botão do Facebook na parte inferior direita, permitindo aos usuários compartilhar fotos diretamente no Facebook, ver atualizações de status e mais.
O Salsa, por sua vez, era muito similar ao ChaCha, mas trocava o teclado físico por uma tela sensível ao toque. Ambos os dispositivos vinham com o Facebook pré-instalado. Apesar de seus conceitos peculiares, esses telefones eram funcionais. Encorajada pelo sucesso desses modelos, a HTC decidiu apostar alto no sucessor. No entanto, o resultado foi desastroso.
Conhecido como HTC First, quase se chamou HTC Buffy
Rumores sobre uma colaboração mais intensa entre HTC e Facebook começaram a circular poucos meses depois, sugerindo o lançamento de uma versão especial do Android focada em redes sociais. O dispositivo em questão teve vários codinomes, começando por Buffy, passando por Opera UL e finalmente batizado como Myst.
O resultado dessa colaboração foi o HTC First, lançado em 12 de abril de 2013. Infelizmente, seu lançamento bão foi espetacular, marcado por falhas tanto de hardware quanto de software.
Hardware ruim e software comum levaram o Facebook Phone a uma morte prematura
O HTC First tinha especificações modestas: processador dual-core Krait de 1,4 GHz, 16 GB de armazenamento e 1 GB de memória, com uma tela de 720p. Embora não fosse o pior hardware do mercado, não justificava o hype, especialmente considerando que o HTC One (M7), um dos melhores smartphones de 2013, havia sido lançado apenas um mês antes.
Do lado do software, o dispositivo não apresentava um botão dedicado ao Facebook como seus predecessores, mas sim uma interface inicial do Facebook sobre o Android, que não oferecia nada que não pudesse ser obtido instalando o launcher Facebook Home em qualquer outro dispositivo.
O HTC First: de graça estaria caro
Pouco depois de seu lançamento, ficou claro que o HTC First não traria nenhuma inovação. Cobrar US$ 99 por ele era demais, quando qualquer smartphone mais barato poderia ser transformado em um “telefone do Facebook”.
A AT&T, percebendo o fracasso do dispositivo, logo reduziu seu preço para apenas US$ 0,99, na esperança de atrair mais compradores. No entanto, nem mesmo esse corte drástico no preço salvou o HTC First. Assim, começaram a surgir relatos de que a AT&T havia decidido descontinuar o dispositivo.
Rapidamente o Facebook Phone foi lançado ao cemitério tecnológico. Enquanto isso, smartphones como o Samsung Galaxy S4 e o próprio HTC One desviaram a atenção do público desse fiasco. Com o tempo, a própria ideia de um telefone do Facebook foi esquecida.